14/01/2011

o melhor carinho do mundo

Essa chuva me lembrou as xícaras escritas com "ch" no meu primeiro caderno de receitas. A primeira coisa que fiz num fogão foi ferver água e passar um café sob supervisão de um adulto. Depois tive autorização de fazer uma torta de banana para o aniversário do meu pai, um mês depois do meu aniversário de 11 anos.
Então vieram as receitas de bolo de fubá cremoso, torta de maçã, morango e um "estágio" na cozinha da minha avó paterna que era doceira de primeira: aprendi a fazer massa folhada, creme de confeiteiro, dar o ponto no chantily e fazer um delicioso pão de queijo digno de agradar à qualquer mineiro.
Minha outra avó que foi cozinheira profissional sempre tentou me dissuadir da idéia e só ao final da vida, quando viu que esse era meu caminho e não havia discussão, passou a me ensinar alguns truques de seu fogão luso-brasileiro.
E eu dava tudo, tudo, pra voltar num dia de 1980 e qualquer coisa e comer aqueles bolinhos de bacalhau únicos, aqueles "peixinhos da horta", os risoles, empadões e outros quitutes da minha avó, que não sabia dar beijos e abraços mas nunca negou carinho em forma da melhor comida do mundo!

11/01/2011

cada um com seus parafusos

Um sujeito vai sozinho e sem armas pra um território de leões na África, outro cara mergulha tentando fazer um tubarão branco entrar em "imobilidade tônica" enquanto passo as camisas 100% algodão do meu marido divagando sobre o texto que não consigo terminar e o projeto maior que eu em que me atolei.
Enquanto aquele cara na tv tenta virar o tubarão branco de ponta-cabeça, faço uma conta mambembe e envio à mim mesma, com duas cópias autenticadas, a data limite para engravidar.
Nessa hora vem a imagem da minha avó me dizendo:  "cada louco com a sua mania."