15/06/2010

Todos os dias, desde que pisei em Belém, dia 30 de Maio, descubro uma série de ingredientes novos e de pratos novos que não tinha visto nem ouvido falar.
Todos os dias alguém me fala de um peixe que ainda não fotografei, e olha que passei duas manhãs fotografando peixes no mercado ver o peso desde às 5hs. Vi as barracas serem "montadas", a chegada dos peixes, os pescadores negociando com os comerciantes... 
Conversei longamente com um pescador e com três irmãos donos de uma barraca de peixes. Os "meninos" foram super legais e me levaram à feira do açaí, me mostraram os temperos e ofereceram me levar ao interior pra ver uma "casa de farinha", que é onde se transforma a mandioca brava em tucupi, goma e farinha. Diante da confirmação que teria que fazer a viagem na garupa da moto de um deles, desisti.
Correr riscos não é sinônimo de aventura e minha curiosidade por  mandiocas (apesar de gostar muito) não chega a tanto.

Não existe maneira de descrever a cozinha paraense a não ser resumidamente dizendo que ela é um mundo a parte, desses que você só imagina achar bem longe, no oriente.
Uma abundância de ingredientes e técnicas, uma complexidade de novos sabores e aromas que nunca provei antes, e olha, que sou do tipo que come até pedra se disserem que é gostoso, claro que depois constato que pedra é horrível, mas até lá quebro os dentes com a pedra tentando achar porque me disseram que é bom!
Ainda não tenho noção da maior parte das coisas, mas olhando daqui tenho a forte impressão que a população indígena tinha tanta abundância de alimentos em suas terras que pôde se dedicar às técnicas de cozinha.
Da mandioca brava lavada e ralada através do tipiti (foto ao lado) se extrai o tucupi , que precisa entrar em ebulição pelo menos duas vezes, pra perder o ácido cianídrico, que se estiver lá, mata! No fundo dessa panela fervendo se formará a goma, usada no tacaca e que depois de seca também vira farinha de tapioca. A mandioca que sobra ralada e espremida dentro do tipipi vira farinha, precisa ser torrada por horas numa grande chapa de ferro com a ajuda de uma espécie de rodo, a farofa feita dessa farinha é uma coisa fabulosa!
Hoje fui ao Pier 47, um restaurante que fica num naviu no complexo Ver o Rio.
Comi um prato incrível, pirarucu de casaca.
E claro, não pude deixar de provar a maniçoba, que estava bem gostosa, mas a vencedora até agora é a da chef Adriana do restaurante Beto Grill, Um amor de pessoa (como todo belenense!) que tive a oportunidade de conhecer ontem.


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