11/06/2010

Das maravilhas de Belém


Como o prometido, vou começar a contar as coisas boas dessa cidade incrível que é Belém do Pará.
Do meu ponto de vista (levando em conta que sou uma cozinheira absolutamente apaixonada pelo ofício) a melhor parte da cidade é o mercado ver-o-peso.

Basicamente tudo o que se extrai da Amazônia passa por lá até chegar ao consumidor final. Desde o açaí até os produtos derivados da mandioca amarela.
Também existem as famosas garrafadas, que fazem milagres como curar dor de corno, olho gordo ou insônia.

O Açaí


Quando dei a primeira colherada num açaí em Belém do Pará percebi que fui enganada até agora. O açaí tem um sabor forte, marcante, delicioso e além disso é líquido! Aqui as pessoas comem com farinha de tapioca, alguns colocam açúcar, outros apenas a tapioca ou até mesmo a farinha de mandioca amarela que por sinal é incrível, mas fica pra outro texto.
Ele é extraído pelos caboclos das comunidades ribeirinhas e chega à feira do açaí para ser comercializado pela madrugada num espaço ao lado do ver-o-peso.
Daí paulista pensa: paraense é tudo maluco, uma feira que começa meia-noite e termina às cinco da manhã!!!
Não, cara pálida, o açaí não pode pegar sol, ou fica seco e não dá sumo.
O açaí é uma frutinha que dá numa palmeira que quase entrou em extinção nos anos 90 por conta da extração de palmito juçara. Isso aí, o açaí é o fruto da mesma palmeira que cortada é o palmito juçara que o brasileiro adora na empadinha.

Não sei quem foi esse marqueteiro do bem que implantou a moda do açaí no país, mas ele merecia o premio Nobel. Ele salvou a palmeira da extinção e ainda fez com que a comunidade ribeirinha ficasse praticamente "rica"! Um quilo de açaí chega a custar 60 reais fora da época.
Por sua vez, as igrejas evangélicas atacaram. Num breve passeio de uma hora de barco pelas comunidades ribeirinhas pude flagrar duas igrejas evangélicas construídas sobre palafitas e uma em Boa vista do Acará que já é terra firme amazônica.
A época do açaí começa agora, junho até setembro. Já ouvi de uns três paraenses que se eu gostei do açaí no fim de maio vou pirar quando tomá-lo em julho.
Vamos aguardar.
Ainda não comi peixe com açaí e outras iguarias que pra quem não é do Norte soam como bizarrices, espero fazê-lo até o fim da minha estadia aqui. Relatos em breve.

O Cupuaçu

A polpa de cupuaçu que comemos no sudeste não é cupuaçu, depois de assuntar por aqui descobri que muitos dos produtores de polpa misturam jaca e banana na polpa para render e mandam pra outros estados onde o povo não conhece o sabor.
O cupuaçu tem um sabor incrível e aqui é ingrediente de vários doces regionais, como Maria Isabel, Rocambole de cupuaçu e ate mesmo pratos com peixes e camarão levam cupuaçu.
Ouvi dizer que existe uma maneira de secar o cupuaçu e transformá-lo uma espécie de chocolate, porém não consegui nem se quer comer o tal “chocupuaçu” (se não existia esse nome, acabo de inventar), muito menos ver como se faz.
 
Pra encerrar esse post (que está na hora do jantar e eu não perco uma oportunidade se quer de comer nessa cidade) em São Paulo nunca mais conseguirei tomar açaí ou suco de cupuaçu novamente.
A ignorância é mesmo uma benção!

2 comentários:

  1. ah bela! como estou feliz por vc estar realizando essa jornada! posta mais, posta mais!!!

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  2. Valeu, querida, tô escrevendo...
    Beijo.

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