Finalmente em Alter do Chão, um ano depois do planejado.
Engravidei em setembro de 2011, quando estava com passagem
marcada pra Santarém. Eu enjoava horrores, vomitava o tempo todo, por onde ia
tinha que levar sacos plásticos para os vômitos compulsivos. Perdi a passagem e
fiquei cuidando da barriga que crescia (e ela ficou enorme) e eu pari meu filho
no aconchego e respeito do meu lar, com apoio total do meu amoe e grande
parceiro de vida, Rafa. O parto foi assistido por uma obstetriz, a querida Ana
Cris Duarte e pela minha querida doula e também madrinha do meu filho Mariana
de Mesquita. O pós parto foi tão bom quanto um pós parto pode ser.
Agora meu filho está com quatro meses, lindo e gordo, pesando
mais de 9kg apenas de leite materno. Muito planejamento, uma tentativa de
embarque frustrada por conta de uma febre misteriosa do Nuno, adiei a viagem
mais uma vez, mas duas semanas depois consegui embarcar, feliz por estar
voltando oficialmente ao trabalho. Com uma mala enorme emprestada da minha
sogra - a maior mala que já carreguei na vida – e tantas coisas nela que parece
exagero, mas “melhor prevenir que remediar”, não? Trouxe três redes, cordas,
corda para varal pra estender roupas, balde de banho dele, um rabo quente pra
aquecer água pro banho (aqui todos os chuveiros são duchas simples sem
aquecimento), muitas roupas (muitas mais do que o necessário, já que estou
lavando as que usamos e no final usamos pouca roupa mesmo devido ao calor), 16
fraldas de pano com seus respectivos recheios, muitas fraldinhas Cremer pra
garantir... Um verdadeiro exagero, mas me senti melhor por cometer o exagero,
ou sairia de são Paulo com aquela terrível sensação do “estou esquecendo algo
muito importante e vou morrer sem isso!”, eu sou dramática.
Anne, do Francisco, uma das maternas, me passou um contato
aqui em Alter, Renata, um moça linda e atenciosa, me recebeu de braços abertos
e já me apresentou pessoas para entrevistar pro trabalho. E as coisas que
estavam super nebulosas começaram a clarear. Já entrevistei um senhor que é o
capitão do Sairé, uma festa que acontece por aqui há mais de 300 anos e tem uma
bebida feita da mandioca, a tiquira.
Até agora tudo vai bem, Nuno está ótimo, dorme muitas vezes
no dia e a noite toda até de manhã cedo. Não senti necessidade de uma babá, mas
já tenho pistas pra achá-la se achar necessário em algum momento. E assim
vamos, slingando por Alter do Chão, chamando atenção de turistas e moradores
que ainda se comovem vendo uma mãe e seu bebê tão ergonomicamente juntinhos e felizes
caminhando pelas praias do Tapajós.
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