14/11/2010

Me embriaguei algumas vezes por felicidade. Desta última, foi numa conversa com um lindo casal, senhor Guerra e dona Adail, que me receberam em sua casa de braços e peito abertos. Conversamos longamente sobre a cozinha amazonica paraense. Me deram um número sem conta de informações relevantes e tiraram muitas das minhas dúvidas.
Ele adora a pesca, é engenheiro florestal e agronomo, nascido em Monte Alegre.
Ela é estudiosa da cultura paraense, sempre cozinhou muito bem, nascida em Santarém.
O casal tem quatro filhos com nomes indígenas, viveram a vida inteira juntos e nítidamente amam-se e respeitam-se.
Quando recém casados, foram morar no acampamento em que ele trabalhava como engenheiro florestal na construção de estradas na amazônia. Ele mostrou uma tela que ela pintou do acampamento e contou a história: ele escolheu o local do acampamento por imagem aérea, numa clareira no meio da mata. Foram contruídas as taperas de madeira e palha para abrigar o escritório e os dormitórios dos funcionários da obra. Lá chegando tiveram uma surpresa, o local era um cemitério indígena, mas alojaram-se ali de qualquer maneira, o acampamento já estava pronto. Tempos depois ouviram um assobio de indígenas se aproximando. Ele ficou louco achando que indígenas tinham vindo buscar sua esposa, loira e linda que era - e ainda é apesar dos anos. Na manhã seguinte, depois de uma noite de muito susto com disparos de armas de fogo para assustar a possivel invasão ao acampamento, um dos funcionários que trabalhou na extração da borracha foi correr em volta do acampamento para tentar descobrir quem eram os invasores. Voltou com a impressão de pés de diferentes tamanhos numa folha. Eram pés de homens, mulheres e curunins, a tribo veio inteira tentando visitar seus mortos...

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